E aqui vos deixo a 2ª parte do conto do Francisco del Mundo. Espero que vos agrade tanto como a 1ª...
– Agora é convosco…
Ela sentou-se a seu lado e olharam-se. Apesar da surpresa, o mesmo sorriso cúmplice assomou os lábios de ambos. Ele recuou muitos anos e voltou a sentir-se sedutor. A saber que botões carregar para fazer uma mulher sorrir.
- Boa noite! – disse calmamente, com o coração disparado.
- Boa noite! – respondeu ela, numa voz doce.
- O William deixou aqui a sua bebida. Parece que é a sua favorita.
- De facto, ele sabe o que gosto. – tinha uma timidez genuina, de quem foi apanhada.
- Calculo então que venha para cá há algum tempo. – queria ir devagar, aproveitando o momento.
- Já venho há vários anos. Venho descansar. Descobri o cartão do hotel no bolso do casaco do meu marido e resolvi experimentar.
- Ah, é casada? – estava divertido.
- Sou. Mas o senhor já sabia isso. – ela começava a pôr as garras de fora – Estou certa que viu a minha aliança. Estou certa que o empregado no restaurante ou o William lhe disseram. E estou certa porque o vi nos seus olhos quando me sentei a seu lado. – a voz dela estava segura.
- Está a presumir várias coisas. Será que está assim tão certa? – gostava de a ver assim confiante.
- Aprende-se a conhecer os homens. - afiançou.
- Todos? Seremos todos iguais? O William disse-me que era pessimista. Será que nos vê todos como maus da fita? – arriscou.
- Afinal sempre falou de mim com o William. – tinha um sorriso de triunfo.
- Apenas enquanto os restantes 50% daquilo a que o William chamou “os seus clientes favoritos” – não era ainda tempo de ela ganhar.
- Hummm… Vou acreditar.
- Mas não me respondeu. Seremos todos iguais? – estava a esticar a corda, sabia-o.
- Tempos houve em que não queria saber dos homens. Até a pessoa que aprendi a amar passou por muito antes de me conquistar. – falava sem rodeios.
- Aprende-se a amar? – perguntou.
- Claro que sim. Quando se é magoada, as nossas defesas demoram a soltar-se. Mas depois começa a ver-se que alguém nos conquista quando fala, quando beija, quando está ausente. – explicou.
- Ausente? – estava fascinado a ouvi-la.
- Sobretudo quando está ausente. Aquele provérbio “Longe da vista, longe do coração” é para quem não ama. É quando não se tem a pessoa à frente e nos faz falta que descobrimos que amamos. Sem querer ou por querer, ele deu-me o espaço suficiente para descobrir o que sentia.
- Ele ficou em espera? - sorriu.
- Sim, mesmo não sabendo o que poderia acontecer.
- Teve sorte. – afirmou.
- Eu ou ele? – perguntou, soltando uma gargalhada contagiante.
- Ah, ah! Os dois. Ele porque esperou e correu bem, e você porque pô-lo em espera e ele não fugiu. – riu com ela.
- Quem ama, não foge.
- Não? Então já não o ama? Porque estar aqui é uma fuga. – decidiu passar ao ataque.
- Talvez seja. – pensou uns instantes – Uma fuga, não o deixar de o amar. – havia certeza na voz.
- Então, ama-o? – confrontou-a.
- Disso tenho a certeza. O que tinha dúvidas era se o nosso futuro era conjunto.
- Já pensou em ser infiel? – descarado.
- Nunca. Ele basta-me e gosto de pensar que lhe basto a ele. Não creio que ele seja do tipo infiel. Você é? – quis desviar a conversa dela.
- Sou do tipo fiel. Mas ao vê-la, confesso que senti algo que já não sentia há muito. Foi o relembrar de sentimentos escondidos. – já não havia volta atrás na conversa.
- Ai foi? Mas em que momento? É que pode considerar-se traição. – ela estava divertida.
- Confesso que só a vi de costas na piscina e no restaurante. Nessa altura era só um mistério. O William foi descrevendo-a com enormes elogios e fiquei curioso. Quando a vi, fiquei enfeitiçado.
- Enfeitiçado? Uma palavra que não ouvia há muito tempo. Tinha saudades dela. – o olhar dela ficou embaciado.
- Mas é isso que sinto. Não costumo esconder o que sinto, e tenho uma vontade de estar consigo. De fazer amor, de dormir, de acordar…
- Páre. Não sei como reagir. – vacilou.
- Diga-me o que sente.
- Vontade de me perder. – confessou ela.
- Há muito tempo que me sentia apático, mas chegou o momento de voltar e ser eu mesmo. Quer ir para o meu quarto ou para o seu? – fez a pergunta com o coração a mil, receando a reacção.
- Nenhum. – havia um sorriso no olhar – Emocionaste-me. Vamos para casa, meu bem.
- Meu amor, sinto que te reencontrei.
Levantaram-se e saíram. William sorriu. Já tinha descoberto há muitos anos que seriam casados um com o outro. Segredos de um barman…
O amor, a cumplicidade, o sentir da ausência de alguém que se ama e que se deseja é algo muito profundo... fiquei maravilhada...
ResponderEliminarum beijnho para ti nanny e outro para o Francisco
:-))
Just_me
Ando sem tempo para os blogs mas passei para te deixar um beijinho.
ResponderEliminarMas que conto mais excitante...:)
ResponderEliminarUm escritor a sério, o Francisco!
Beijinhossss
Por vezes procuramos lá fora o que deixámos há muito de ver cá dentro.. ;D Bj, para ambos.
ResponderEliminarNão vale a pena falar da escrita porque, como o francisco já nos habituou, está demais... Uma estória fantástica... O amor tem destas coisas, ás vezes e preciso perdermo-nos para nos encontramos...
ResponderEliminarA música... A música...
bjinhos nanny
Aquele abraço francisco
Nanny querida!!!
ResponderEliminarSabes que já sou tua fã, certo?
Posso ser fã do Francisco???
Bolas!!! Amei!!! Demais..mesmo!
Mil beijos querida, aos dois
Cleo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar:-)
ResponderEliminar:-)
:-)
Um texto (em duas partes) muito bem construido. Uma escrita segura e fluente. Um enredo bem engendrado, com um suspense conseguido.
ResponderEliminarE vou "cuscar" o blog do autor à procura de boa escrita.
Beijinhos gata
Antes que a nanny me acuse de não vir aqui receber as críticas, apresento-me...:D Muito obrigado a todos pelas belas palavras. Andava numa fase pouco inspirada, mas a
ResponderEliminarNanny espicaçou-me a escrita...
Fico contente que tenham gostado..
Beijos e abraços a todos e um beijo especial para a gata...:D
Mais uma vez fantástico!
ResponderEliminarParabéns ao autor!!!
Nanny...venha o próximo!
Uma beijoka
J.C.
Quanto mais te leio, mais vontade tenho de o fazer...
ResponderEliminarDoce beijo
Bom fim de semana querida*
ResponderEliminarbeijooooo
Ai ai menino Francisco....
ResponderEliminarLaurita está muito agradada com este conto.
Beijos
Lindo... Talvez o melhor que li neste Verão.
ResponderEliminarUm beijo aos dois e um sorriso para cada um.
Just me e Alfabeta
ResponderEliminar:-)
Beijinhos para vós também
Shelyak
ResponderEliminar:-)
Beijinho
Lb
ResponderEliminarO Francisco terminou por aqui... outros virão... e tu?
;-)
Beijinho
Just a girl
ResponderEliminarBem certo :-)
Obrigada pela visita
Gomez
ResponderEliminarO Francisco tem uma escrita fantástica, ainda bem que aceitou este desafio!
Beijinho, Gomez
Cleó
ResponderEliminarAs casinhas do Francisco são fantásticas... acho que deves ficar fã!
:D
Beijinhos
Fugidia
ResponderEliminar:-)))
For You
ResponderEliminarBeijinhos cusca!
:P
(espicaçando para escreveres mais)
ResponderEliminarFrancisco
Toca a soltar essas palavras :D
Beijinhos e festinhas da gata
J.C.
ResponderEliminar:-)
Virá sim! É uma questão de esperar...
Beijinhos
Profeta
ResponderEliminarEsta escrita não é minha, presumo que o comentário seja para o Francisco :D
Beijinho
Vertigo
ResponderEliminarBom fim de semana, linda *
Beijinhos
Laura e Ihara
ResponderEliminar:-))
Beijinho para vós
A escrita do Francisco é interessante e reveladora do que se faz muito na literatura e depois na vida real, para ficar bem, complicar.
ResponderEliminarTanta conversa gasta, para uma coisa simples, ir para a cama, a maior aspiração diária de 90 % da humanidade.
Eh lecas, até a barraca abana!!! Foda-se, até me arrepiei a dizer isto. Senti-me uma beca xabreguento! Beijos grandes ***
ResponderEliminarPor todo lado por onde passo só leio histórias de amor.
ResponderEliminarMas esta é linda. Tomara que fosse tão fácil recomeçar.
Pedro Silva
ResponderEliminarO Francisco escreve realmente bem... não sei se tem tanta sorte na vida real... mas o melhor seria perguntares-lhe a ele :D
Obrigada pela visita
Zorze
ResponderEliminarGrande alienado!!!
Xabreguento?! LOL
(não conhecia o termo)
Beijo grande
Maria Faia
ResponderEliminarEsta era um conto escrito pelo Francisco del Mundo... resultou de um desafio diferente...
Obrigada pela visita
Ahahahah, vim só aqui dizer que tenho a sorte e o azar normais na vida...:D Mas uma coisa eu sei, se alguma dor é doce, é com certeza a dor de amar...
ResponderEliminarBeijo
Francisco
ResponderEliminarAcredito... também já senti dores dessas...
Beijinhos