domingo, 28 de janeiro de 2007

O Último...

Levantei-me, a manhã estava fria, de um frio cortante e penetrante. Aqueci a casa de banho e enchi a banheira de água bem quente e muita espuma. Mergulhei naquele abraço quente e suave, feito de humidade e calor. Sentia-me dolente, lânguida, deixei que a água quente e a espuma me acariciassem a pele, quase dormente, de olhos semi-cerrados e cigarro na mão fiquei apenas a sentir.

Ouvi-te chegar, olhei-te nos olhos e disse - Estava à tua espera..., Posso entrar, perguntaste, - Sim, vem...

Lá fora, na sala, a aparelhagem tocava a última canção dos The Gift, e eu deixei-me levar...

Talvez por não saber falar de cor,
Imaginei
Talvez por saber o que não será melhor,
Aproximei
Meu corpo e o teu corpo
o desejo entregue a nós

Sei lá eu o que queres dizer,
Despedir-me de ti
Adeus
um dia voltarei a ser feliz

Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei, o que é sentir,
se por falar falei
Pensei que se falasse
era fácil de entender

Talvez por não saber falar de cor,
Imaginei
Triste é o virar de costas,
o último adeus
Sabe Deus o que quero dizer

Obrigado por saberes cuidar de mim,
Tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou,
e se ao menos tudo fosse igual a ti
E o amor, que chega ao fim,
um final assim,
é mais fácil de entender

Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
não sei, o que é sentir, se por falar falei
Pensei que se falasse
era fácil de entender

The gift


Tu foste a minha melhor prenda!


Este é o último post de Janeiro. Chegou ao fim um ciclo.


quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Quero beijar-te...



Chamas-me Princesa e Anjo, pões-me em cima de um pedestal e vestes-me de sonhos…

sabe-me bem e sinto-me mal!

Observo-me pelos teus olhos, de fora do meu corpo, e receio decepcionar-te.


De princesa só tenho os sonhos de criança e o teu carinho.
De Anjo, ai Deus!, de Anjo nada me resta, porque nunca nada tive!

Quero descer daqui, deixa-me tirar estas asas que me pões e beijar-te!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007



Passaste pelo meu corpo e deixaste o teu cheiro
Tocaste-me a pele e memorizei o teu toque
Passaste na minha boca e fiquei com o teu gosto
Tocaste-me a alma e estremeci


“Levei o teu sabor,
A tua pele, o teu perfume,
Deixei na tua cama
Todo o toque que nos une.

Quero-te encontrar,
Mostrar-te enfim prazer,
Não te posso perdoar
Seres huummm, seres…”

Esta noite vou dormir abraçada a ti!

domingo, 21 de janeiro de 2007

Domingo ... Será?


Será que o sol se põe do lado do Mar,
Ou a Luz que me agarra é sombra de Luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
Ou calou-se a montanha, rendeu-se o Vulcão.

Será que sabes que Hoje é Domingo,
Ou os dias não passam, são Anjos caindo.
Será que me consegues ouvir,
Ou é tempo que pedes, quando tentas sorrir.

Será que sabes que te trago na Voz,
Que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da cor do Olhar,
Quando juntos a Noite não quer acabar.

Será que sentes esta Mão que te agarra,
Que te prende com a força do Mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer,
Que te Amo tanto quanto noutro dia qualquer.

Eu sei que Tu estarás sempre por mim,
Não há noite sem dia, nem dia sem Fim.
Eu sei que me Queres e me Amas também,
Me Desejas agora, como nunca Ninguém.

Não partas então, não me deixes sozinho,
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

18 de Janeiro

A gata hoje faz anos!


Apesar de estar longe, deu aqui um saltinho para vos deixar um texto original (ao espírito do mês, que as tradições são para manter).


Festinhas à gata!


Entrámos no quarto do hotel, ligámos as luzes e o ar condicionado disparou, pousámos as malas, tiraste o casaco… o frio penetrante e o silêncio impediram-me de o fazer.
Descalcei-me e sentei-me no meio da cama, enroscada no pêlo do casaco. Em silêncio acendi um cigarro e olhei o vazio… por momentos não tive consciência de que estavas ali, perdida nos meus pensamentos e no fumo do cigarro… de repente senti-te ao meu lado. Estavas sentado na beira da cama com 2 copos de whisky na mão, estendeste-me um, enquanto perguntavas: - Estás bem? Respondi lacónica – Ainda tenho frio.
Gentilmente tiraste-me o cigarro da mão e disseste: - Não fumas mais, bebe.
Olhei o cinzeiro ao meu lado e vi que já tinha 3 cigarros fumados, apercebi-me de que tinhas ligado a música e já estavas em camisa, e eu continuava a tremer. Dei um golo e senti o casaco escorregar-me das costas, gemi baixinho: -Tenho frio! Respondeste-me quase ao ouvido: -Isso não é frio, estás só a tremer… e os teus lábios roçaram-me a orelha e pousaram-me no pescoço.
Afastaste-te, calmamente foste despindo a tua roupa enquanto eu bebia quieta, sem quebrar o silêncio, ouvindo a música baixinho.
Tiraste-me o copo, levantaste-me os braços e foste-me despindo peça a peça, devagar, como quem tem todo o tempo do mundo. Ainda gemi: - Está frio…


- Shiiiuu, respondeste sussurrando enquanto me ias beijando as costas… e o frio foi desaparecendo, como que empurrado pelos teus beijos.
Rebolámos na noite ao som da música, ora gemendo, ora contendo os gritos.
Explodimos de prazer e de paixão, como as ondas de um mar revolto, e voltámos atrás para rebentar de novo, incessantemente…

Abri os olhos devagar, por uma fresta dos cortinados entrava um raio de sol. Estavas deitado ao meu lado, apoiado num cotovelo, a olhar para mim. Sorriste:
- Bom dia Paixão. Vês? Não fumaste mais!

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Será



“Adormeci
Sem te ter a meu lado,
Um corpo sem alma,
Guitarra sem fado”

“Será que a tua pele
ainda é macia,
ou é a mão que me treme
sem ardor nem magia”

domingo, 14 de janeiro de 2007

Quente




“Quente
o chão
Onde te estendo
e te levo a razão.
Longa a noite…


… leve, lento, nú, fiel,
E este vento
Que te navega na pele”

sábado, 13 de janeiro de 2007

Princesa...


Princesa, vai dormir!
- Não quero! Quero ficar aqui contigo…
Também queria que ficasses, mas precisas de descansar… vai!
- Queria voar para me dares um abraço, e então caía para o lado, feliz!
Aí já não ias dormir…
- Não faz mal! Eu queria…
Vai! Adeus, sonha comigo.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Dá-me ...



"Dá-me forte no chão,
Não me peças o teu nome,
Que uns dias sei, mas hoje não.
Mostra-me se sabes dançar,

Sabe-me sempre a pouco
E quando estou cansado
É quando fico mais louco.

Abracei a teu perfume
A tempo de te ouvir dizer
“Faz perder a tua mão
Onde sentires a mulher”
Uauuu

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

É a Lua...



“Agarra-me nessa parede,
Bebe do meu corpo
Tenta-me matar a sede.

Na cama ardente, na areia,
Confesso estar perdido
Nos teus braços de sereia.

Rapta-me para onde quiseres,
Sou meigo quando posso
Mas um lobo se preferes.”


Hoje só me apetece disto!

domingo, 7 de janeiro de 2007

Lua de Janeiro



Fez-se noite. Lá fora algo chamava por mim. Embrulhei-me na capa e saí, a Lua espreitava tímida por entre as nuvens.

Segui-a.

Por vezes não passava de um mero reflexo, para logo depois resplandecer, prateada, redonda, mágica.

Perdi-me no mundo e nos pensamentos, vagueei sem destino que não fosse o de a seguir.

Vagueei na dor e no prazer, sonhava acordada, caminhando sem sentido e sem sentir, envolta neste pano escuro que não me aquece.

Encontrei-me com os pés na água, onde a Lua se reflectia, brincando. Brincando com a paixão e a vontade que sabe tenho de te ter.
Brincando com a dor e a ansiedade que este mar alimenta.
Brincando para me ver…

Quero ter asas e voar!

sábado, 6 de janeiro de 2007



Ontem, depois de mais um regresso a casa, vinda das minhas andanças e mudanças, vim matar a sede, beber as vossas palavras, passear os olhos pelos vossos espaços.

Deparei-me com um número crescente de amigos virtuais a criar um segundo blog, a fazer a clivagem entre os personagens que vestiram e a pessoa que são, os sonhos e brincadeiras e a dura realidade com que vivemos muitas vezes.

De repente, ficou claro na minha mente algo que, de forma intuitiva, já vinha a acontecer:

Este espaço não terá outro lado!

Ele é o espelho de quem sou e de quem represento, aqui estarão sempre presentes Ela e Eu:

A Gata e a Mulher!

Está tomada a minha primeira resolução de 2007.

Sei Lá!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007




O valor das coisas

não está no tempo em que elas duram,

mas na intensidade com que elas acontecem.


Por isso existem momentos inesquecíveis,

coisas inexplicáveis

e pessoas incomparáveis.


Fernando Pessoa