Palavras que respiram no pensamentoSei o que procuras, mas não sei o que queres.
Encontrarás, um dia, se não procurares…
E a demanda? É o meu caminho... que caminho, passo a passo
Mas evitas as pedras... e eu gostava de te ver saltar.
Contornando a vida, não será viver?
Sobreviver... parca existência quando se quer tanto.
Sobre viver, será?
Não falo sobre vida… nada sei do que ainda aprendo...
aprendo a cada passo, a cada tropeção da vida…
Eu quero as palavras.
A Despedida segue sempre solteira…
Sigo-te, persigo-te parado no tempo, no espaço
Voando, alcança-me, toca-me!
Feres, desferes, erro o alvo, tu foges parado…
Espero, desespero…
És alada, bruxa, feiticeira, maga, encanto de sereia, armadilha,
desencanta-me… desencanta-me!
Solta-me, amarra-me, sim, encosta-me
vem desencanto, amarra-me!
Solto-me, liberto-me, voamos?
Escapando tarde à vida
Eu voo, voamos!
Planando, olhando-te nos olhos, na alma,
no fundo és espelho translúcido, ou convexo,
reflectes, reflicto-te, deturpas, enganas, transparente, invisível... inócuo
Vê-me, olha-me cego!
Sente, toco-te, sinto, afastas-te, arrepio-te…
Continua a sentir, a tocar, gemendo de dor, de prazer,
é nosso o sentir, a entrega dos corpos, unos, suados,
exalam odores misturados, embrenhados, sorvidos no ar, na cama,
no chão as roupas espalhadas rindo-se de nós,
da loucura, da ternura,
sem elas, nus, transparentes, desnudos,
amantes eternos, etéreos, voando alados…
olhando-nos nos olhos, nos corpos, no suor, gota a gota, sexo a sexo,
a cada segundo uma eternidade…
Adormeces-me nos braços, no teu peito, no teu regaço,
colo a colo, beijo a beijo, toque a toque,
a cada sentir ousado, trocado, consentido, adorado,
com sentido, com calor sentido, vivido, presente…
ao rubro, imolados no acto e no sono...
voamos, olhando-nos com os corpos,
com a alma, de olhos fechados, somos um.
Transportas-me no colo a cada viagem de prazer,
dos sentidos consentidos, com sentido, nos teus braços.
Amamo-nos sofregamente, rebolando, unidos num abraço sem fim...
Morremos de amor, renascendo na ternura,
a cada novo abraço que nos desperta e aperta…
Algema-nos (perversa...) a alma…
Corpo a corpo, colo a colo, sexo a sexo,
ambos espelho convexo.
(mais um jogo de palavras)
Sei Lá!