quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A vez dele... IV - 2ª parte

E aqui vos deixo a 2ª parte do conto do Francisco del Mundo. Espero que vos agrade tanto como a 1ª...



– Agora é convosco…

Ela sentou-se a seu lado e olharam-se. Apesar da surpresa, o mesmo sorriso cúmplice assomou os lábios de ambos. Ele recuou muitos anos e voltou a sentir-se sedutor. A saber que botões carregar para fazer uma mulher sorrir.
- Boa noite! – disse calmamente, com o coração disparado.
- Boa noite! – respondeu ela, numa voz doce.
- O William deixou aqui a sua bebida. Parece que é a sua favorita.
- De facto, ele sabe o que gosto.
– tinha uma timidez genuina, de quem foi apanhada.
- Calculo então que venha para cá há algum tempo. – queria ir devagar, aproveitando o momento.
- Já venho há vários anos. Venho descansar. Descobri o cartão do hotel no bolso do casaco do meu marido e resolvi experimentar.
- Ah, é casada?
– estava divertido.
- Sou. Mas o senhor já sabia isso. – ela começava a pôr as garras de fora – Estou certa que viu a minha aliança. Estou certa que o empregado no restaurante ou o William lhe disseram. E estou certa porque o vi nos seus olhos quando me sentei a seu lado. – a voz dela estava segura.
- Está a presumir várias coisas. Será que está assim tão certa? – gostava de a ver assim confiante.
- Aprende-se a conhecer os homens. - afiançou.
- Todos? Seremos todos iguais? O William disse-me que era pessimista. Será que nos vê todos como maus da fita? – arriscou.
- Afinal sempre falou de mim com o William. – tinha um sorriso de triunfo.
- Apenas enquanto os restantes 50% daquilo a que o William chamou “os seus clientes favoritos” – não era ainda tempo de ela ganhar.
- Hummm… Vou acreditar.
- Mas não me respondeu. Seremos todos iguais?
– estava a esticar a corda, sabia-o.
- Tempos houve em que não queria saber dos homens. Até a pessoa que aprendi a amar passou por muito antes de me conquistar. – falava sem rodeios.
- Aprende-se a amar? – perguntou.
- Claro que sim. Quando se é magoada, as nossas defesas demoram a soltar-se. Mas depois começa a ver-se que alguém nos conquista quando fala, quando beija, quando está ausente. – explicou.
- Ausente? – estava fascinado a ouvi-la.
- Sobretudo quando está ausente. Aquele provérbio “Longe da vista, longe do coração” é para quem não ama. É quando não se tem a pessoa à frente e nos faz falta que descobrimos que amamos. Sem querer ou por querer, ele deu-me o espaço suficiente para descobrir o que sentia.
- Ele ficou em espera?
- sorriu.
- Sim, mesmo não sabendo o que poderia acontecer.
- Teve sorte.
– afirmou.
- Eu ou ele? – perguntou, soltando uma gargalhada contagiante.
- Ah, ah! Os dois. Ele porque esperou e correu bem, e você porque pô-lo em espera e ele não fugiu. – riu com ela.
- Quem ama, não foge.
- Não? Então já não o ama? Porque estar aqui é uma fuga.
– decidiu passar ao ataque.
- Talvez seja. – pensou uns instantes – Uma fuga, não o deixar de o amar. – havia certeza na voz.
- Então, ama-o? – confrontou-a.
- Disso tenho a certeza. O que tinha dúvidas era se o nosso futuro era conjunto.
- Já pensou em ser infiel?
– descarado.
- Nunca. Ele basta-me e gosto de pensar que lhe basto a ele. Não creio que ele seja do tipo infiel. Você é? – quis desviar a conversa dela.
- Sou do tipo fiel. Mas ao vê-la, confesso que senti algo que já não sentia há muito. Foi o relembrar de sentimentos escondidos. – já não havia volta atrás na conversa.
- Ai foi? Mas em que momento? É que pode considerar-se traição. – ela estava divertida.
- Confesso que só a vi de costas na piscina e no restaurante. Nessa altura era só um mistério. O William foi descrevendo-a com enormes elogios e fiquei curioso. Quando a vi, fiquei enfeitiçado.
- Enfeitiçado? Uma palavra que não ouvia há muito tempo. Tinha saudades dela.
– o olhar dela ficou embaciado.
- Mas é isso que sinto. Não costumo esconder o que sinto, e tenho uma vontade de estar consigo. De fazer amor, de dormir, de acordar…
- Páre. Não sei como reagir.
– vacilou.
- Diga-me o que sente.
- Vontade de me perder.
– confessou ela.
- Há muito tempo que me sentia apático, mas chegou o momento de voltar e ser eu mesmo. Quer ir para o meu quarto ou para o seu? – fez a pergunta com o coração a mil, receando a reacção.
- Nenhum. – havia um sorriso no olhar
– Emocionaste-me. Vamos para casa, meu bem.
- Meu amor, sinto que te reencontrei.


Levantaram-se e saíram. William sorriu. Já tinha descoberto há muitos anos que seriam casados um com o outro. Segredos de um barman…



quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Amigos...



Continuem a ler o texto do Francisco, mas hoje tinha de publicar isto...


Sei Lá!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A vez dele... IV

Desta feita trago-vos as palavras do Francisco del Mundo, para ilustrar a história do Pedro e da Leonor. Com toda a liberdade de expressão e criatividade... só assim entendo que se aceitem desafios... o Francisco traz-nos uma perspectiva diferente, que espero apreciem tanto quanto as outras!

Tal como a história narrada pelo Zénite, também a do Francisco del Mundo tem mais de um episódio, neste caso dois.

Deixo-vos hoje o 1º, espero que se deliciem a lê-lo!


Reencontro...I



Aquele era o hotel das suas escapadelas. Não com outras mulheres, porque tinha sempre sido fiel. Era o seu refúgio quando o casamento e os três filhos exigiam demasiado dele. Bastavam-lhe dois ou três dias para que pudesse regressar à rotina dos dias, de todos os dias. Não mentia à mulher, dizia-lhe que ia passar uns dias fora, e agradecia que ela compreendesse. Aliás, era uma rotina que ambos praticavam e que tinha feito com que a união de 15 anos se tornasse mais segura. Mas esta vez tinha algo de diferente. Ela tinha saído de casa dois dias antes. Tinha partido com um olhar estranho. Como se algo estivesse em risco. Eram proibídos os contactos entre eles durante esse período. As regras eram conhecidas. Mas ele não estava a aguentar ficar em casa com esta incerteza. Pediu então à mãe que tomasse conta dos netos por uns dias e partiu para o seu hotel. Precisava de um certo sossego para pensar no seu futuro. No futuro deles.
Chegou ao início da tarde. Em Setembro o calor ameno, sem vento, convidava mesmo a uns dias de férias. O gerente, velho conhecido, saudou-o com o sorriso de quem vê chegar um amigo.
- Quer o quarto do costume, senhor doutor?
- Já me conhece. Sou uma criatura de hábitos.
- Nunca se sabe o futuro.
– retorquiu o homem atrás do balcão.

Aquela frase, naquela conjuntura, obrigou-o a pensar. Será que tinha chegado a um ponto de viragem? Em todos nós há um momento em que questionamos se somos felizes ou não. Ele sentia que era feliz. Depois pensou se se sentia completo. E aí vacilou. Sim, tinha casado com a mulher que amava. Sim, tinha arranjado um belo emprego. Sim, a vida corria-lhe bem. Mas... faltava algo. Faltava o elemento surpresa. Faltava o inesperado. Faltava sentir-se vivo.

Seguiu até ao quarto em que ficava sempre. Virado para a serra e com a piscina uns metros abaixo. Pensou em dormir um pouco, mas a espreguiçadeira do exterior estava convidativa. Pediu um toalha na recepção e, com o livro debaixo do braço, seguiu para a piscina. Pouca gente. Uma família com dois filhos pequenos, um casal de idosos, e uma silhueta feminina à distância. Tinha vindo para descansar e por isso estendeu-se a ler o seu livro. Deitado de barriga para baixo, em breve caiu num sono profundo. Passaram algumas horas e o sol já fugia quando acordou. Alguns metros ao seu lado, seguindo para o hotel, a figura feminina caminhava. Deveria ter a sua idade, mas o biquini cor de rosa na pele morena fazia sobressair o corpo firme de uma bela mulher. Sentiu uma erecção e não pode deixar de sorrir.
- Ah, meu velho, não sabes que viemos em descanso! – pensou, baixando os olhos.
Decidiu dar um mergulho, aproveitando os últimos raios de sol. Ali, debaixo de água, sentia um relaxamento incomparável. Dizia o seu signo que o seu elemento é o fogo, mas sempre foi na água que se sentia em casa. Prolongou de tal forma o banho que quando saiu, o ar frio da noite o gelou. Correu até ao quarto, respondendo com um sorriso às piadas dos empregados. Tomou um duche demorado. Ao sair, olhou para o espelho. Já não o fazia há muito tempo. Quarenta e dois anos de idade. Para trás tinha ficado a magreza que o caracterizou durante anos. Tinha agora um físico robusto e cuidado. Não era narcisista mas gostava de ver o corpo em boa forma. Como a mulher da piscina. Mais uma vez, o calor do seu pensamento acordou o seu pénis. Soltando uma gargalhada, olhou-se no espelho e exclamou:
- Mas tu hoje estás doido! Vamos lá vestir a ver se encontramos a razão da tua loucura.

Vestiu-se e perfumou-se. Calçou-se e penteou-se. Deu por si a preparar-se como se fosse para um encontro. Abanou a cabeça. Estava assim por uma pessoa que só tinha visto de costas. Desceu pelo elevador e encaminhou-se para a sala de jantar. Sentou-se na sua mesa de sempre e só depois reparou na misteriosa mulher. Mais uma vez ela estava de costas, com um vestido decotado que deixava ver umas costas morenas e bem definidas. Os cabelos compridos caíam sobre os ombros. Era sem dúvida uma figura atraente, mesmo sem ter visto o rosto. O empregado costumeiro aproximou-se e entregou-lhe a lista.
- Recomendo-lhe o bacalhau com natas.
- Confio, como sempre. Diga-me uma coisa, quem é aquela bela figura na mesa do canto?
- É uma hóspede habitual. O senhor nunca a tinha encontrado?
– perguntou surpreso.
- Não, estou certo que me lembraria.
- É uma senhora casada, mas que aparece sempre sozinha.
– esclareceu cúmplice.
- Olhe, é como eu. – sorriu.
- Exactamente. Como o senhor doutor. – disse com um sorriso levemente malicioso, enquanto rodava para a cozinha.

Casada. Nem tinha pensado nessa possibilidade. E na verdade, não fora o aviso do empregado e tinha-se esquecido do próprio estado civil. Mas porquê?! O que se passava com ele para se abstrair de tal forma da realidade? Começava a recear estar a perder o contacto com a sua vida quotidiana. Ou seria apenas uma fase normal da vida de um casamento? A vida não traz livro de instruções, mas um homem precisa de indicações. Ou será que é mesmo assim, às cegas, que se constrói o caminho? Já tinha ouvido falar das crises de meia-idade mas sempre lhe pareceu algo que aconteceria apenas aos outros. Nunca lhe apeteceu comprar um carro desportivo ou ter mulheres mais novas. Aliás, era uma mulher da sua idade que o tinha despertado naquele dia. Levantou os olhos em direcção a mesa dela e ela já não estava lá.
- Raios! – pensou – Ponho-me aqui a pensar e nem olho o que se passa à minha volta. Ao menos tinha visto se é bonita ou não.

Entretanto chegou a comida e decidiu apreciar apenas a comida. Sem pensar em mais nada…

Quando acabou o jantar, vacilou entre ir para o quarto ou dar um salto ao bar. Não que tivesse muita vontade, mas a simpatia contagiante que o barman tinha, obrigava-o a ir cumprimentá-lo. Caminhou devagar. A digestão do alimento e do pensamento obrigava-o a isso. Entrou no bar e logo viu o sorriso enorme do homem que sabia tanto de bebida como da vida. Teria os seus cinquenta e muitos, sessenta anos. Tinha uma vitalidade à prova de bala e, à medida que se aproximava do balcão, podia confirmar, um aspecto invejável.
- Grande William! – o verdadeiro nome era Guilherme mas o seu aspecto britânico e a sua paixão exclusiva ao whisky William Lawson, fazia com que os clientes o tratassem assim.
- Senhor doutor, que bela surpresa! Sou um homem de sorte hoje. – respondeu, estendendo a mão enorme mas delicada de quem manobra copos e garrafas.
- Não é caso para tanta euforia, a minha presença. – fingiu, agradado por ser tão bem acarinhado.
- A sua presença é sempre uma festa mas tenho a sorte de ter os meus clientes favoritos ao mesmo tempo. Creio que isso nunca aconteceu.
- Ah, então não sou razão única.
– deliciado por fazer parte de um grupo selecto de clientes favoritos.
- Doutor, o senhor vem cá há quantos anos? Uns dez, não?! É o homem com quem mais me agrada conversar. Tem uma visão do mundo mais alargada que a maioria. É um optimista por natureza. É o azul do mundo. – explicou, enquanto servia a bebida que ele queria sem nada perguntar – Mas existe uma cliente favorita. Uma mulher belíssima. Por dentro e por fora. É ela que me dá a visão do mundo que não consigo ter e que nem mesmo o doutor me dá: a visão rosa do mundo. Tem um pessimismo suave de quem espera o pior apenas porque deseja o melhor. Para si mesma e para os outros. E ela está cá hoje também.
- Ah, mas onde está essa parceira deste duo?
- brincou.
- Esteve aqui! Tomou um café, foi dar uma volta pelo parque e prometeu que voltava para uma conversa. – incrível como conseguia manter a conversa enquanto atendia os outros clientes com esmero.
- Não me digas que é uma mulher com a minha idade, que hoje está com um vestido preto sem costas? – perguntou, não tendo dúvida que a resposta seria afirmativa.
- Exacto. Já a conhece? – sorriu William.
- Confesso que até agora só lhe conheci as costas. – riu.
- Ah, ah! Bem sei que se deve conhecer as pessoas aos poucos, mas isso é exagero. – riram em conjunto.
- Creio que é a primeira vez que a vejo aqui.
- Tenho a certeza disso. Não me esqueceria de ter os dois aqui ao mesmo tempo. Permita-me que diga que tenho sido o confidente de ambos. Têm os dois os problemas normais de casados, coisa que já fui e por isso sei do que falo. E de resto, toda a gente sabe que os barmen têm que saber ouvir tão bem como servir bebidas.
– confessou.
- De facto, as nossas conversas tem sido um belo suporte a minha sanidade mental. E desculpa se te tenho aborrecido. – respondeu.
- Não tem nada que pedir desculpa. Há pessoas que ouço por cortesia, mas a si ouço por prazer. – via-se que estava a ser sincero.
- Meu bom amigo, ouvir isso é fantástico! Até porque isto não está fácil. – disse com uma sombra no olhar.
- Claro, o senhor doutor só aqui me aparece quando não está bem. – riu, abrindo um sorriso de conforto.
- Ah, ah! És o meu psiquiatra. Esta cadeira é o divã. E a medicação é esta bela bebida que me serves. – era impossivel estar triste na presença daquela personagem terapêutica.
- Mas diga lá o que o apoquenta. – assumindo a pose de quem vai ouvir.
- O mesmo, mas diferente. Precisei de uma pausa da realidade do dia a dia, mas não sei se desta vez não estou a pôr tudo em causa. Tenho tudo o que preciso para ser feliz e ainda assim sinto que falta algo. Falta emoção, falta novidade…
- Hummm…
- assentiu, sabendo que ainda não era tempo de falar.
- Amo a minha mulher, disso não tenho dúvidas. Mas não sei se é o suficiente. – concluiu.
- Lembra-se das razões porque casou? – era uma pergunta que adivinhava muitas outras.
- Claro que sim. Amava-a. Queria ter uma vida com ela. Queria ter filhos com ela. Ela bastava-me. Só a via a ela. - estava tudo nítido na sua cabeça.
- Vejo que se lembra de tudo. Pois bem, então o que mudou? Deseja outra pessoa? – começava a encurralá-lo.
- Não sei. Acho que desejo algo novo. Por exemplo, aquele mulher que falaste há pouco. Só a vi de costas na piscina e ao jantar, mas senti desejo em conhecê-la. – as confissões surgiam naturalmente.
- Sem lhe ver o rosto. – constatou, sem nada perguntar – Meu caro amigo, essa ânsia de algo novo não é estranha. – sentia que o barman embalava agora – Essa mesma mulher de que fala está na mesma fase. Um casamento longo, vivido, bom. Tudo parece perfeito, mas falta algo. É a rotina que se instala. Esse bicho-da-madeira das relações. Tem de se lutar contra ele. Essas pausas que o senhor e essa mesma senhora fazem não chega. É uma fuga, não uma solução. As coisas não se resolvem com pausas ou tempos para pensar. Isso são adiamentos. Necessários mas que nada resolvem. Há quanto tempo o doutor e a sua esposa não fazem umas férias sozinhos? – perguntou certeiro.
- Há quinze anos! Desde que nasceu o primeiro filho. – respondeu, apercebendo-se do ponto onde William queria chegar.
- Pois! Bem sei da importância dos filhos num casamento, mas as pessoas não se podem esquecer de que é preciso alimentar a relação a dois. Se a mulher que viu na piscina lhe suscitou algo, pode não ter sido aquela mulher específica, mas por ser alguém diferente.
- Talvez, mas ela tinha alguma coisa que me chamou a atenção.
- Meu caro, apenas lhe viu as costas. Posso-lhe dizer que é uma bela mulher para ser descoberta. Gostaria de descobri-la?
– sorriu.
- William, eu não vim aqui para trair a minha mulher. Vim para me encontrar. Para descobrir o que se passa comigo. O que se passa connosco!
- De acordo, mas acredito que descobrindo essa mulher mistério, lhe seja mais fácil saber o que sente. Seja como for, pouso aqui ao seu lado a bebida que ela bebe, porque ela vem aí.
– enquanto dizia isto, sorria a alguém que se aproximava – Agora é convosco…



domingo, 26 de agosto de 2007

As razões de certas atitudes…

São por vezes difíceis de entender.

Sempre gostei de desafios, mas de desafios interessantes, que deixem margem à imaginação, à criatividade, que dêem espaço para expressar a personalidade, a individualidade, a forma como vemos as coisas e como sentimos…

Nunca recusei um desafio… nem na vida real, nem por aqui na blogosfera, ainda que possa ter 1 ou 2 em atraso (eu sei, mas não estão esquecidos).

Adorei o texto da
Marta onde ela iniciou a história da Leonor e do Pedro em plena praia da Arrábida. Quando ela me desafiou a participar a minha resposta foi imediata e instintiva.

Mais tarde, quando ela me pediu para encarnar o Pedro, senti dificuldade em fazê-lo (porque não tenho a flexibilidade mental para pensar no masculino), passeei-me pelos blogs masculinos, recolhendo pedaços de textos e colando-os a memórias e “construí” uma espécie de resposta, mas sabia que não estava satisfeita.

A possibilidade de vos desafiar e conseguir que (de uma forma aberta e que poderia ser anónima, sem comprometer a imagem e identidade dos autores e dos seus blogs) os homens falassem na 1ª pessoa, foi uma grande tentação.

Temi que as respostas fossem poucas ou nenhumas, porque o tema até se pode considerar incómodo, mas confesso-me surpreendida pela abertura e empenho que tantos revelaram, pelas diferentes perspectivas que nos têm dado… desde pegar na história da forma mais simples e fiel ao que já tinha sido escrito, ao reescreva-la à sua maneira, ao partilhar de textos que já tinham publicado anteriormente, ao ponto de termos neste momento a Cleópatra e o Júlio César a partilharem a sua história real de vida com todos nós!

Assuntos como a fidelidade, infidelidade, a paixão, a traição, ou apenas o que sentimos em determinado momento quando os nossos olhos são atraídos por uma pessoa desconhecida, o dilema entre o social, o convencional e o fogo da paixão, a complexidade das relações e dos sentimentos, são temas, que, de uma forma ou de outra, mais ou menos vezes, já passaram pela cabeça de todos nós. Mas que ainda receamos, muitas vezes, abordar.

Porque acho que o tema está longe de estar esgotado, porque tenho contributos que quero publicar e porque há 1 ou 2 autores que ainda não me responderam e dos quais gostaria muito de ler um texto sobre isto, não vou ainda encerrar o tema.

Irei inserindo os textos que me forem enviando, pelo meio de outras coisas que vou escrevendo por aqui…


Sei Lá!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A vez dele... III

Regressei hoje de mais uma das minhas digressões... quem sabe, este fim de semana, vos conto um pouco deste meu périplo.

Por hoje deixo-vos com mais um contributo masculino, desta vez vindo do Zénite, e que ainda que não sendo a continuação da história, da forma como vinha a ser contada, é, ainda assim, uma bela perpectiva da visão masculina sobre os relacionamentos.

Espero que o apreciem!







Amores virtuais - I

O encontro


Tinham decorrido três meses após as primeiras trocas de mensagens entre Pedro e Leonor num blogue da Internet.

Certo dia, ele resolveu enviar-lhe um e-mail.

Dizia-lhe que apreciava as suas tomadas de posição sobre os mais diversos assuntos, que lhe era muito grato comungar dos seus pontos de vista e ideais, e propunha-lhe que continuassem a desenvolver, através do correio electrónico, a amizade que os unia.

Disse-lhe que era divorciado, que a sua idade se abeirava dos quarenta, e propunha que conservassem o anonimato, mantendo os pseudónimos. Não haveria troca de fotos.

Leonor respondeu-lhe que concordava, e acrescentou que também era divorciada e que a sua idade era semelhante à de Pedro. Ambos tinham dito no blogue que trabalhavam em Lisboa.

Passaram a trocar diariamente vários e-mails, e tanto um como o outro afirmavam que as suas vidas agora começavam a fazer sentido.

Pedro ia sempre mais longe que Leonor, que mostrava algum retraimento, moderando as palavras.

Certo dia, Pedro escreveu:

«Sabes, Leonor, que nos dias em que não recebo notícias tuas, uma angústia e saudade enormes tomam conta de mim? Sabes que tenho sede das tuas palavras e que sem elas me sinto completamente desorientado, como se tivesse perdido o equilíbrio? Saberás que sou um homem quase feliz desde que te conheço?»
Leonor não se fez rogada e respondeu-lhe simplesmente:


«Sinto o mesmo, Pedro!»

E assim se passaram alguns meses. Os e-mails eram, de dia para dia, mais calorosos. A chama mantinha-se acesa e cada vez mais flamejante. Estabelecera-se entre Pedro e Leonor uma poderosa atracção, que há muito ultrapassara a amizade. Tratar-se-ia de amor, de paixão? Ambos ouviam falar de amores virtuais. Ambos sabiam que o desejo estava latente em toda a correspondência trocada, mas permanecia imóvel, como que aguardando a oportunidade de se libertar dos grilhões virtuais para avançar pelos meandros do mundo dito real.

Pedro decidiu então sugerir a marcação de um encontro.

Como eram ambos amantes de boa fotografia, resolveu perguntar a Leonor se concordaria com um encontro no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, na exposição de Daniel Blaufuks, num luminoso domingo de Março de 2004.

Ele esperá-la-ia pelas quinze horas do dia dezasseis daquele mês, tomariam café, visitariam a exposição e deslocar-se-iam em seguida ao Cabo Espichel para assistirem ao pôr-do-sol. E convidava-a a jantar, no regresso, num restaurante de Sesimbra. As previsões meteorológicas apontavam para um dia de céu limpo em todo o litoral oeste.

Leonor, num curto e-mail, escreveu:

« Que surpresa! Ia dizer "e se...", mas estou encantada. Há muito que receava este convite, mas desejava-o. Tu sabes. Aceito.».

Pedro disse-lhe então que se sentaria num dos sofás próximos do snack-bar da Fundação, e que teria numa das mãos “As Rosas de Atacama”, de Luís Sepúlveda. O vermelho do título, bem destacado sobre o fundo em tons de sépia da capa, seria mais que suficiente para uma rápida e segura identificação.

Pedro, apesar de não ser um homem bonito, era, segundo as mulheres, um homem encantador. Havia algo nele que cativava e infundia confiança. Talvez fosse a tranquilidade do seu olhar serenamente castanho, diziam algumas mulheres. Seria, porventura, a sua voz pausada e agradável de ouvir, avançavam outras. Todas concordavam que a sua estatura em muito contribuía para esse encanto.

Elegante no seu metro e oitenta, Pedro vestia, no dia aprazado, um fato azul-escuro e uma camisa azul clara, sem gravata.

Visivelmente agitado, tinha os olhos pregados na escadaria que conduzia ao piso inferior da Fundação, onde se encontrava. Por duas vezes se ergueu do sofá, ao ver que duas mulheres, cada uma a seu tempo, olharam atentamente para ele e depois para o livro. Mas logo desviaram o olhar e seguiram em frente.

Disse, então, de si para si, enquanto fixava um ponto imaginário, algures no espaço:

«As mulheres gostam de mistério! Leonor bem me poderia ter dito que roupa usará hoje, o que trará na mão, enfim, poderia ter-me deixado uma pista. Aguenta-te, Pedro, uma mulher que se preze, é assim mesmo... misteriosa, enigmática, quase mítica, atributos estes que lhe conferem um grande poder, o enorme poder da sedução.»

Após um prolongado suspiro, acrescentou, sorrindo:

«Um homem que se preze saberá respeitar tal atitude feminina».

O solilóquio distraiu-o. Olhava, na ausência de si mesmo, o vértice do infinito.

De repente, como que acordando de um sonho, ouviu uma voz maviosa sussurrar-lhe ao ouvido:

«Olá, Pedro!”

(este é o 1º de uma série de 3 episódios, segundo me disse)



o desejo

esse potente pégaso que galopa a lucífuga ansiedade pelas dunas

que se volatiliza em ondas de felino prazer pela praia deserta

que sobe em espirais etéreas pela escuridão da noite buscando o infinito

essa raiz do fálico hermes que quebranta a feiticeira circe

esse pomo proibido da edénica estância que habita adão

esse oceano insaciado de vagas de carnal lascívia

essa lávica corrente que tudo arrasta e arrasa e consome à sua volta essa rubra e inconforme e inacabada volição

esse perfumado zéfiro que de repente se transforma em violenta tempestade que ruge e brame e freme e carpe

esse númen incitador que não distingue o possível do impossível é ele e só ele que convertido em paixão ardente e aberta e profunda

sai de todos os labirintos resolve todos os enigmas

galga todos os abismos e faz girar o mundo


Zénite




domingo, 19 de agosto de 2007

A vez dele... II

Desta feita o desafio aos leitores é maior, porque de Mercúrio o Fc, traz-nos não um Pedro e uma Margarida, mas um Peter e uma Margaret... pois é! O seu Peter fala-nos em inglês... daí o desafio aos leitores, mas mesmo para aqueles que não se dão muito bem com a língua, tentem que vale a pena!



- Peter!! Wake up!! – Yelled Margaret from down bellow – Can you get out of bed? You lazy bastard…
- One of these days… one of these days… - said Peter to himself while hiding his head underneath the pillow
- Give me a break Marge…! My head is exploding…! - whispered Peter hoping that in some way she would listen to this pleading and just gave him another half an hour…

- PETEEEEEEEEEEEEER!!!! – The woman just blazed his name as loud as she could

- Fuck this!! – Said Peter kicking the sheets away… He just sat on the edge of the bed and yelled
– I’m coming!!
- You better!! I need your help ASAP!!! I can’t tune the fuckin TV!! I have to see Ophra’s show today!! Damn this Portuguese channels!!!! – Moaned Margaret

As Peter sat on his bed he started to remember the purpose of this trip… It was supposed to be a second chance trip for him and Marge… they’ve been married for 9 years and had two kids (well the youngest one wasn’t biologically speaking his son – but he loved him as if he were). He made his mistakes in the past, so did she… they thought they were now a more mature couple who just needed some time of their own to restart their lives.


Margaret was the one who had the idea. Five days ago when he was coming home from work, Margaret was with her mother in the living room explaining to her how to operate the TV, the answering machine, the works! Peter was informed – We’re leaving town for 15 days and I called my mother to stay here and watch over the kids for us! - Peter dropped his pc in the floor and turned ghostly white… - wh..wha…whaat?!... What are you talking about???

- Peter… this was a surprise!! I’ve talked to your boss, we’re leaving tonight! We have a plane to catch to Portugal! – Said Margaret while embracing Peter with a warm smile and while she was running her hands down his back and got to his ass she grabbed him and whispered to his ear… - we’ll have 15 days to ourselves… I love you so much… - Peter didn’t know what to think… at one hand he knew that this idea was great and could mean a wonderful turnaround in their lives, but in the other hand… he just hated not be in charge, not to be the one controlling things, just the idea of it made him crazy – but the arrangements, we have to take care of a lot of things first… - said Peter

What things??.. It’s all taken care off, don’t worry a thing – said Margaret – Peter just felt a cold sweat down his spine…


This was five days ago… they’ve arrived to Arrabida last Saturday. They were just thrilled with the idea… they felt like two young lovers. When they got to the plane and sat down she gave him a look… a look like she used to give him when they started dating… as soon as the plane took of and the lights dimmed she grabbed his thigh and started pulling her hand upwards… and as soon as she got to the lump between his legs she pressed… again and again… he was getting crazy with her hand… she knew that… so she just opened his flyer and unleashed his stiff cock… she stroked him gently… so gently and yet so firmly… slowly… slowly… just the way he likes it… then she bended over him pretending to be preparing herself to sleep in his lap… so that no one would notice what she was doing… It was so nice.

- But now she’s downstairs yelling… Again!! – Said Peter to him self… - it only took 5 days!! I’m so sick of it… I have to get out! – As he was saying these words he stood at the window and had a glance of the beach…

Peter didn’t waste another second, he put on his bathing shorts and just went out the window… he felt so great! Sneaking out the window like a teenager escaping his parents…

- What a beautiful sunny day – he said to himself as he was strolling near the water way far from the crowded portion of the beach – I just should get out!! – He said to himself relating to his marriage… - it would be the best thing for me, for Marge and the kids also… we just spend too much time yelling at each other… I’m so fucking tired…

Lost in his thoughts he didn’t noticed a woman in a black bikini getting out of the water and lying in the sand… he was getting closer and closer… as he passed her something caught his eye and unfocused him from his thoughts… the woman he just passed… looks like someone he knew once… he took a quick glance at her in a way that she wouldn’t notice… she didn’t, she was with her eyes closed, one leg pulled up and with her arms away from her body… she looked like she didn’t had a worry in her life… she was so peacefully beautiful lying there… all alone, just her and the sand, that wet body at the sun…


Peter looked around, looked for her husband or someone who could be with her… no one was there… that portion of the beach was isolated… no one there, they were alone, completely alone… he noticed her stuff a few yards away, only a towel and a pair of slippers – she was defiantly alone… - but she looks like… like… Marge! – said Peter to himself… but not nowadays Marge, the long hair, the hips… it looked like Marge in the old days… at least it as what he thought at a firs glimpse… but as he turned around and double checked that she hadn’t noticed him, he took a much better look this time… the hair as curled (not like Marge), her breast was what we could call “handfullfilling” (not like Marge), her nipples were there… (not like Marge), she as tanned (not like Marge)…

He got closer… he just couldn’t think… as he was getting closer he had a glimpse of his life and asked himself… what the fuck are you doing??... think about Marge… your kids…


I don’t want to think! I need to have her… I want this woman… I need to feel alive again, I owe this to myself – He sat next to her… for a while he played with the shadows… he lift his hand and used the shadow to touch her body… she smiled with her eyes still closed… she wet her lips with her tongue as the shadow of his finger touched them… he couldn’t believe it… he was falling in love with a perfect stranger…





sexta-feira, 17 de agosto de 2007

A vez dele...I

O desafio que vos fiz, mantém-se e continuo a aguardar mais contributos... não se esqueçam!

Mas para já deixo-vos com a primeira resposta que me chegou... o primeiro intérprete do Pedro foi o Jedi Master Atomic, que nos prendou com este texto:


Que calma, que relaxamento, que descanso...

Esta sim, faz-me sentir bem, não me critica, é enérgica, sabe aproveitar os momentos.

Vamos para a água, gelada....mas depressa ela me aquece com um beijo que mostra uma entrega completa.

Tenho aqui um filão de ouro, tenho que fazer amor com esta mulher, preciso de a sentir, de a tocar de alto a baixo.

Começamos a brincar, atiro-lhe água na esperança dela responder.

Ela não desilude.

O momento aproxima-se.

Cada vez mais água e o corpo dela a escorrer faz-me estremecer.

Mas que pele tão macia. Tenho que lhe tocar.

Voltamos para a areia, estendidos, agarro no creme e começo a descobrir o corpo dela, à medida que lhe vou falando levemente ao ouvido.

Começo a aquecer e cada vez mais quero tocá-la, senti-la.

Vejo-a sorrir.

Porque sorris?

Porque estás aqui e me sabes bem, responde.


Esta foi a gota de água.


Fazemos amor na areia como 2 putos apaixonados.



Êxtase !!! Loucura !!!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Desafio... só para Homens!


Hoje tenho um desafio para os leitores de sexo masculino que por aqui passam… não é nada de muito complicado, nem cheio de perguntas… não, é apenas para se porem na pele de um personagem de um conto da moderna mitologia urbana…

Pedro e Leonor, são os personagens de um conto que tem vindo a evoluir no tempo, quem lhes deu vida foi a Marta, que acabou por me desafiar a entrar na história.

A Alba também deu o seu contributo, mas porque acho que os personagens se tornaram (nessa versão) demasiado complicadinhos, hihihi, desculpa lá Alba… prefiro que usem a versão short, sendo que aqui as personagens estão ainda mais rudimentares e dão mais liberdade aos desafiados…

A história começou aqui, nas praias da Arrábida, onde os 2 personagens dão um mergulho no mar… e aqui descobre-se que ambos são casados e vivem uma relação extra-conjugal… os 2 episódios são escritos pela mão da mulher, mas agora queríamos a vossa visão…
o que passa pela cabeça de um homem que vive esta relação?

Todas nós fizemos uma tentativa de interpretação, mas temos a noção de que não somos fiéis ao vosso sentir e à vossa forma de estar na vida. De uma forma geral, raramente temos o mesmo tipo de interpretação dos factos.

Não vos peço que façam um post nos vossos blogs, inclusivamente a vossa resposta poderá ser publicada de forma anónima, não identificando de forma nenhuma o autor ou blog, se assim preferirem!

Enviem-me as vossas propostas por mail, mencionando se querem ou não identificação de autor e vos prometo que o respeitarei integralmente!


Agora não comecem a esquivar-se, ou chamo as Gajas Podres de Boas e espancamo-vos barbaramente!!!


A história é simples e a vossa interpretação pode ir no sentido que melhor entenderem, não há limites, nem balizas!

Sei Lá!

p.s. - caso queiram escolher uma imagem ou uma música para acompanhar o vosso texto, p.f. juntem os Url's

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A vez dele...


A Marta está decidida a desafiar-me, mais e mais... imaginem que agora me pede para falar por ele... para vos expôr a minha visão do outro lado da barricada da "outra"...

Confesso que sou demasiado íntegra (personalisticamente falando) para assumir uma personalidade e um sexo que não são os meus, e todas as tentativas que faço me soam falsas... por isso me socorri de auxiliares de memória... compondo uma manta de retalhos de sentimentos masculinos que conheço ou encontrei por aí... pronto! chamem-me cábula! eu acho que é pura investigação!

Se querem que vos diga, sinceramente, depois de compostinha a minha manta... acho que os homens são mais românticos que as mulheres... ok, ok! falo por mim, não posso generalizar!... sou um diacho de uma gata preta, racional comó raio, e não sei ser romântica...




Querida,

Hoje falo-te por aqui.

Estou cansado, aliás cansadíssimo, hoje falei pouco contigo, o trabalho rouba-me de ti, fazes-me falta.

Apareceste na minha vida e entraste nela de uma forma invulgar para a maioria dos mortais.Confesso que és aquela mulher que mistura um pouco de tudo, mas tudo aquilo de que eu gosto, pois é, mesmo tudo.

Não te preocupes não estou, nem estarei apaixonado por ti, aliás isso seria a estupidez grosseira que este gajo não faz.

Sinto-te quente, sensual e suficientemente inteligente para viveres com independência a tua existência, não precisas do meu sorriso, o teu brilho existe e encanta-me.

Não me apaixono por ti mas sempre que te tocar, te sentir ou te cheirar, vou-me sentir encantado… Logo que senti o teu perfume apeteceu-me levar-te comigo, aquele maldito impulso egoísta que me faz lembrar a condição humana.

A minha cabeça é um turbilhão de ideias que me faz viver em constante conflito entre a razão e o coração. A luta começou, sei quem vai ganhar, mas também sei que será uma luta titânica.

Olho-te nua sorrindo para mim, a tua pele branca, o teu pescoço de bailarina… apetece-me beijar-te, tens um sorriso que adoro beijar. Desço o olhar e observo-te, prefiro ver-te, observar-te, deliciar-me com a vista e com o cheiro… decididamente queres que o meu coração pare de desejo, seria uma morte fantástica…

A noite é sempre noite, mesmo que a lua a acaricie, é sempre noite, mais clara por vezes, mas sempre nunca completamente clara, essencialmente porque é…noite… a nossa vida por vezes torna-se noite, mesmo quando temos luz que irradiamos e iluminamos os outros, mesmo quando sorrimos.

Não sei bem o que se passa comigo hoje, não sei se me perco, se já me perdi ou se vou a caminho de me perder. Esta noite sinto-me perdido…

Vou-me, mas voltarei sempre e mesmo quando não voltar estarás guardadinha num lugar especial, até sempre linda, até já…

Teu, Pedro


Everybody Hurts

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Arrábida...II (ou será IV)

A Marta lançou-me um desafio... dar seguimento a uma história que ela começou aqui... deixando que a heroína tomasse o rumo que a mim me aprouvesse dar-lhe... oh tentação!

Leiam primeiro o texto da Marta... só assim tem lógica o resto!


…Já na água, olhando a Serra só pensava: ele é casado, ele é casado, ele é casado....

Cala-te, maldita consciência!
Tu também és!
Que raio de mania de me perder na consciência… paixão é inconsciência pura… é viver pelo sentir e não pelo sentimento…
Agora é o momento de viver, não de pensar ou de sofrer… agora é hora de o ter, inteiro, só meu… cala-te de uma vez!

Mergulhámos nas águas cristalinas e frias da Arrábida… encontramo-nos debaixo de água num beijo… o frio que me percorre a pele tenta chegar-me à consciência, mas uma vez mais o sacudo… agora com o calor da paixão.

Brincámos, brincámos como dois garotos sem preocupações na vida.
Brincámos como dois namorados adolescentes, ora crianças, ora atrevidos.
Brincámos…


Já estendida na areia sinto-lhe as mãos que me percorrem a pele, sob a desculpa de me proteger com creme, sinto-as cada vez mais quentes, mais arrepiantemente quentes… e deixo-me ficar a senti-las e a ouvir as tuas palavras, meias sussurradas, que me fazem voar… não quero pensar, apenas sentir, voar nos braços dos sentidos.

Lembro-me das vezes que me falas das tuas praias… das vezes que desejei poder voar para junto de ti e percorrê-las contigo, lado a lado, de mão dada ou abraçados… sentir aquela areia que te toca os pés… agora és tu que estás na minha praia, aqui, na minha Arrábida!

Sorrio… perguntas-me: - Porque sorris? – Porque estás aqui e me sabes bem… respondo baixinho, quase como se falasse só para mim.

Sorrio, porque estou a desfrutar o momento, porque a consciência se calou, se apaziguou com o teu toque, com os teus beijos…
Sorrio, porque sei que a felicidade do momento é aquela que deve ser vivida… sem angústias, nem expectativas…
Sorrio, porque tocaste o meu Universo…

Sorrio, porque sou a outra… e a outra não chora!




... agarra-me esta noite, que amanhã não estou aqui...


Lição Suplementar

O Elefante e a Estaca

Certa vez dois homens encontraram um circo enorme, no qual havia uma grande variedade de animais. Dentre tudo o que viram, o que mais lhes chamou a atenção foi um elefante enorme, amarrado a uma minúscula estaca enterrada no chão.
- Por que é que o animal se sujeita àquela prisão tão frágil? perguntaram-se os dois. Pelo tamanho do elefante, quase não seria preciso esforço algum para arrancar do chão aquele pedaço de pau e sair livre para onde bem entendesse.

Impressionados com a curiosidade do facto, procuraram alguém que lhes pudesse dar explicação para aquilo. E, encontrando o domador do circo, perguntaram-lhe:

- Por que este elefante não foge, levando consigo a estaca?

Ao que o domador respondeu:
- Por que ele não sabe que pode fazê-lo! Como foi preso àquela estaca desde pequeno, acostumou-se a pensar que não consegue arrancá-la do chão. Ele cresceu e desistiu de tentar soltar-se, por isso se sujeita a ficar preso quando poderia facilmente ir embora dali.

Assim como o elefante, muitos aceitam estacas nas suas vidas.
És tu que impões os teus limites.



Moral da história:
Tu tens potencial para arrancar a estaca da tua vida, basta quereres.




Sei Lá!

domingo, 12 de agosto de 2007

Fim de semana




O calor que se fez sentir durante a semana e o cansaço convidavam a fugir da cidade.

Na 6ª feira à tarde, peguei em duas t-shirts, uns calções e um biquini e rumei à praia.

Só para chatear, o Sábado amanheceu cinzento e fresco e a opção foi por um passeio...



...até Óbidos... que não cessa de me surpreender!

Apesar de estar absolutamente cheia de gente, de todas as nacionalidades, tem o dom de me fazer voar... a imaginação.

Desta vez em pleno festival de ópera... pena que o espectáculo fosse só à noite e que não estivesse com companhia para apreciar... porque precisamente no Sábado representava-se La Traviata!


Perto da hora de almoço, rumo a Peniche para um belo repasto de peixe e um passeio pela fortaleza e arredores.

E num instante se passou o Sábado, com uma breve passagem pela praia ao final do dia...



Hoje o dia nasceu fresco mas solarengo e fiz uma bela manhã de praia... para depois do almoço voltar à cidade e começar a preparar-me psicologicamente para ir trabalhar amanhã... apetecia-me tanto ficar de férias... grrr

Se observei cenas daquelas para vos contar...? Ah pois observei!

Mas hoje não me apetece falar disso, estou ainda a saborear o cheirinho a mar e o toque macio da areia... amanhã, talvez...

Sei Lá!


sexta-feira, 10 de agosto de 2007

5 Lições de Ouro... V

Lição Nº 5 – Criatividade


Um fazendeiro resolve colher alguns frutos da sua propriedade.
Pega num balde vazio e segue para o pomar.

No caminho, ao passar por uma lagoa, ouve vozes femininas que provavelmente invadiram as suas terras.

Ao aproximar-se lentamente, observa várias raparigas nuas banhando-se na lagoa.

Quando elas se apercebem da sua presença, nadam até à parte mais profunda da lagoa e gritam: "nós não vamos sair daqui enquanto você não se for embora".

O fazendeiro responde: "eu não vim aqui para vos espreitar, só vim dar de comer aos jacarés!"

Moral da História:

É a criatividade que faz a diferença na hora de atingirmos os nossos objectivos.


Sei Lá!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

5 Lições de Ouro... IV

Lição Nº 4 – Motivação


Em África, todas as manhãs, uma gazela ao acordar, sabe que deve conseguir correr mais do que o leão se se quiser manter viva.


Todas as manhãs, o leão acorda e sabe que deverá correr mais do que a gazela se não quiser morrer de fome.



Moral da História:

Pouco importa se és gazela ou leão, quando o sol nascer deves começar a correr.



Sei Lá!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

PARABÉNS!!!!!!!!!!

Para um leãozinho muito especial...


Espero-te para um brinde....



Sei Lá!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

5 Lições de Oiro...III

Lição Nº 3 - Zona de Conforto




Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada.

Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:

"Eu posso me sentar como tu e não fazer nada o dia inteiro?"

O corvo responde:

"Claro, por que não?"

O coelho senta-se no chão, debaixo da árvore e relaxa.

De repente, uma raposa aparece e come o coelho.


Moral da História:

Para ficares sentado sem fazeres nada deves estar sentado bem no alto.



Sei Lá!


sábado, 4 de agosto de 2007

5 Lições de Oiro...II


Lição No.2 - Chefia e Liderança

Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e na rua encontram uma antiga lâmpada a óleo.


Esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um génio.


O Génio diz: "Eu só posso conceder três desejos, por isso, concederei um a cada um de vós".


"Eu primeiro, eu primeiro." grita um dos funcionários. "Eu queria estar nas Bahamas a pilotar um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida!"


Puf! E lá se foi.


O outro funcionário apressa-se a fazer o seu pedido:" Eu quero estar no Hawaí com o amor da minha vida e um provimento interminável de Pinas coladas!"


Puf e lá se foi.


"Agora você" diz o génio para o gerente.


"Eu quero que aqueles dois voltem ao escritório logo depois do almoço." - diz o gerente.


Moral da História:


Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.



Sei Lá!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

5 Lições de Ouro... I

Lição No.1 - Gestão do Conhecimento





Um homem entra no banho enquanto a sua mulher acaba de sair dele e se enxuga.

A campainha da porta toca.

Depois de alguns segundos de discussão para ver quem iria atender, a mulher desiste, enrola-se na toalha e desce as escadas.

Quando abre a porta, vê o vizinho João na soleira.

Antes que ela possa dizer qualquer coisa, João diz: "Eu dou-lhe 800 euros se você deixar cair essa toalha."

Depois de pensar por alguns segundos, a mulher deixa a toalha cair e fica nua. João, então, entrega-lhe os 800 euros prometidos e vai-se embora.

Confusa, mas excitada com sua sorte, a mulher enrola-se novamente na toalha e volta para o quarto.

Quando entra no quarto, o marido grita do chuveiro

"Quem era?"

"Era o João, o vizinho da casa ao lado." – diz ela.

"Óptimo! Ele deu-te os 800 euros que me estava a dever?"

Moral da história:

Se partilhares informações a tempo podes evitar exposições desnecessárias!!!



Sei Lá!

Sexo e a Cidade...

"Você até é muito descontraída e divertida, mas no que diz respeito às relações gosta de sentir compromisso e seriedade. Ainda pensa muito no passado e isso impede-a de andar para a frente. É inteligente mas deixa-se levar pelo coração."

Carrie? Eu?

Gostava de entender porquê!

Sei Lá!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Crazy Cat...


Quando se juntam no mesmo espaço três gatas, duas pretas e uma loira, e uma delas marcada de fresco... tem de dar porcaria...


E tinha de ser a loira a esparvoar...


Sei Lá!