Porque será que, em determinados momentos, sentimos que alguém não anda bem, mas não temos coragem de lhe “puxar pela língua”?
Quantas vezes já nos aconteceu perceber que um amigo não está bem, que se debate, interiormente, com um qualquer problema… mas, no entanto, não fala sobre isso?
Por vezes apetece-me fazê-los falar… mas raramente passo de um “Estás bem?”
Claro que o ar inquisitivo deveria chegar, claro que o facto de não ser hábito perguntá-lo assim deveria ser indício suficiente de que já percebi que, realmente, não está bem…
Mas a realidade é que raramente resulta!
Tendencialmente guardamos, bem guardado, só para nós as nossas inquietações e os nossos problemas, mesmo quando da forma mais singela um amigo se mostra disponível para nos ouvir…
Quantas vezes abafamos a nossa própria voz, quando o que nos apetecia era falar, soltar aquele nó que nos aperta o peito, respirar a plenos pulmões e deixar sair aquele peso…
Mas não! Continuamos a fechar a boca, entreabrindo um sorriso e soltando um “Tudo bem, e tu?”
E naquele momento tudo poderia ser mais fácil, muitas vezes basta falar sobre um assunto para que ele se torne relativo, para que ele retome a sua verdadeira proporção, para que uma opinião nos ajude a ver outro ângulo da questão…
Mas não! Continuamos a fechar a boca, entreabrindo um sorriso e soltando um “Tudo bem, e tu?”
Teimosamente deixando que aquele nó nos aperte e nos tire a alegria…
Caramba!
É assim tão difícil falar? Teremos necessidade de ter tanto receio de nos expor? Será que por não ouvirmos as palavras saírem da nossa boca elas perdem peso e significado?
Vá lá, caramba! Digam o que vos vai na alma e tirem o peso do peito!
Sei Lá!